4º Seminário de Pesquisa em Arte e Cidade - Desilha 2024
Colóquio Internacional Imaginários comuns
21, 22, 23, 24 e 28 de maio de 2024
O Colóquio Internacional Imaginários Comuns convoca
pesquisas para as quais a ideia de cinema é produtiva como
modo de operação que tende ao coletivo, possibilitando a
instauração de imaginários comuns. Deslocando o interesse
da recepção para a produção, consideramos que o filme pode
aglomerar interações já existentes no território, surgindo como
suplemento de visibilidade para processos sociais e artísticos
interessados em colaboração. Aproximando-se das chamadas
práticas artísticas baseadas em comunidade, a tela se torna uma
interface porosa, incorporando o que não é imediatamente visível à textura fílmica. Entre montagem e mise-en-scène, o território, a locação e o set intercambiam posições, constituindo-se como experiência situada em que as diferenças podem ter lugar.
O Colóquio Internacional Imaginários Comuns reúne pesquisadoras e pesquisadores em arte, filosofia, literatura e
cinema atuantes no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Itália, e
que têm por foco experiências latino-americanas. Realizado de
forma presencial no Centro de Cultura da Justiça Federal nos dias 21 e 28 de maio e na Cinemateca do Museu de Arte Moderna de 22 a 24 de maio, ambos na cidade do Rio de Janeiro, sua programação inclui mostra de filmes relacionados às pesquisas apresentadas. Proposição elaborada por artistas e pesquisadores do grupo de pesquisa Atotalidade, Imaginários Comuns é uma realização do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e conta com recursos da Capes (Proex e PrInt).
DESILHA 2021_3º Seminário nacional
de pesquisas em arte e cidade
Exercícios de paisagem
20 de maio a 10 de junho de 2021
Exercícios de paisagem é um convite à prospecção especulativa em tempos que solicitam impulsos de reconfiguração nos modos de pensar e agir no mundo. Se a ideia de paisagem, enquanto construção sociocultural, implica um olhar modulado pela prerrogativa antropocêntrica, como produzir outras inflexões? Como fazê-lo variar por meio de atravessamentos não-hegemônicos? A partir de pontos de vista multidisciplinares, o 3º Seminário de pesquisas em arte e cidade_Desilha convida artistas e pesquisadoras a compartilhar exercícios de paisagem, entendendo-os como atos de imaginação política e insurgência poética.
Em Paisagem com animais e filmes, Juliana Fausto e Ismar Tirelli Neto investigam agenciamentos entre espécies animais observados a partir de um poema de Adília Lopes e de filmes-catástrofe dos anos 70.
Paisagem-maternagem dedica-se a debater as rupturas nascidas com as maternidades e suas implicações nas práticas de vida de três mulheres-mães-artistas- pesquisadoras-etc: Luiza Baldan, Cecilia Cavalieri e Mayra Redin.
Em Corpoterritório, Äline Besourö, Denilson Baniwa, Micaela Cyrino e Sandra Benites relacionam os percursos no espaço público aos territórios dos corpos racializados em tempos pandêmicos.
Paisagens minerais escava histórias de pedras: nas práticas de Mabe Bethônico, Claudia M. Plenz, Flora Dias, Barbara Marcel e Tom Nóbrega residem exercícios de tornar visíveis as camadas subterrâneas que compõem o presente.
Os encontros aconteceram ao vivo às quintas-feiras entre os dias 20 de maio e 10 de junho de 2021. As gravações estão disponíveis no canal do YouTube Desilha_Atotalidade.
Nossos agradecimentos à CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – pelos recursos concedidos ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro através do PROEX, que possibilitaram a realização do seminário.
Realização
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais PPGAV-EBA-UFRJ
Grupo de pesquisa Atotalidade
Seminário 2018
“O fim não me interessa, mas o caminho percorrido, a criação em suas diferentes formas e manifestações, o invisível que nos transforma.”
Lygia Pape
Tomando como mote a frase de Lygia Pape, a segunda edição do seminário DESILHA, propõe quatro palavras-chave como diretrizes-norte para a configuração das discussões do seminário. Elas nos convidam à exploração de um amplo espectro de possibilidades de interlocução entre si, apontando mais para transversalidades do que para delimitações conceituais.
arqueologias conectam-se à ideia de paisagem, tomada como o mais interdisciplinar dos objetos concretos, mutável e circunstancial, segundo a abordagem de Milton Santos, que a considera como “conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza”. Nesse sentido, interessam olhares capazes de revirar as camadas históricas que constituem nosso presente, transformando nossa percepção do ambiente que nos cerca.
margens investigam bordas que separam fronteiras entre o conhecido e o desconhecido, o visível e o invisível, o explorado e o inexplorado, onde ‘pontos fora da curva’ escapam à normatividade com seus códigos imediatamente reconhecíveis pertencentes à categorizações específicas e/ou modelos repetíveis e apontam para desvios questionando o campo da arte e suas institucionalizações.
arquiteturas remetem a tessituras coletivas, ainda que instáveis e provisórias, resultantes de alianças e condições por vezes inesperadas. Implicam ver e pensar mundos em sua diversidade de invenções possíveis, incluindo a ressignificação de espaços e de seus usos e o aprendizado por observação, experimentação e admiração. Informam modos de vida e resistência.
imantações interrogam os afetos que nos movem em direção a pessoas e lugares, deslocando-nos dos circuitos de hábito - majoritariamente definidos por condições econômicas e sócio-culturais - provocando atravessamentos em direção a observações e devires transformadores. Que éticas e que estéticas estão implicadas nestes movimentos nem sempre livres de tensões? O que se produz nesses encontros e desencontros enquanto formas e políticas?
Seminário 2016
Observamos transformações radicais ocorrendo na paisagem do campus universitário da ilha do Fundão. Apesar do nome, o campus não se erige sobre uma única ilha, mas sobre superfície aterrada fundindo oito pequenas ilhas na Baía de Guanabara, próximas à ilha do Governador e ao Complexo de Favelas da Maré.
Arriscamos dizer que a utopia modernista assume a forma de ilha: Brasília e Ilha do Fundão ressoam nos próprios nomes seu parentesco com o duplo imaginário de criação a partir do zero e de separação. Embora já em acelerado processo de descaracterização e ruína do projeto original, a persistência de um imaginário de ilha no histórico da implantação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, desde os primeiros planos para a cidade universitária idealizada por Le Corbusier e Lucio Costa, nos leva a desejar atualizar suas reverberações, tanto do ponto de vista poético quanto conceitual por meio de um projeto interdisciplinar, que inclui a realização de ações artísticas.
A isto chamamos Desilha: investigar a natureza insular da criação artística, mas chamá-la ao debate coletivo ao colocá-la em situação, provocando relações com o mundo, em estado de fricção com um entorno urbano complexo. Trata-se de compreender diferentes implicações em jogo naquele espaço específico e ocupá-lo como lugar de produção de diferença, sem esquecer que ilhas (e desilhas) não se circunscrevem a lugares determinados, mas retomam e exploram certas condições de pensamento para melhor deslocá-las em seus movimentos de imaginação e ação.